segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fora de órbita

Saí de órbita durante alguns dias... Faço isso de vez em quando, umas três vezes por ano. Esse ano tô fazendo um pouquinho mais do que de costume. Saio da vida e vou viver alguns dias de reflexão, atividade e relaxamento. O engraçado é que nunca me decepciono. Mais engraçado ainda é que me surpreendo.
Me surpreendo com cada gesto, cada abraço, cada beijo, cada lágrima, cada sorriso. Me surpreendo em ver que aquele amigo de longe veio e a amizade em nada mudou. Em ver que apesar das desavenças, sou querido pelos queridos e estes ainda prestam atenção nas "minhas" palavras. Em ver que as pessoas são muito mais do que aparentam ser e que, quando deixam o Consolador fluir, descobrem juntas o poder do Amor.
O cheiro verde da grama, o soar barulhento das manhãs, as deliciosas risadas com gosto de ontem... Um ambiente que conspira para a cura da profundidade do ego e leva à aceitação e à admiração do alter.
Dessa vez, pude perceber que a verdadeira liberdade está em buscar ser como Aquele que É. Não apenas em meio aos chalés e à correnteza do rio, mas principalmente entre as altas árvores de concreto e o tossir cinza de cada manhã. É aí que começa o desafio... Não entendeu? Passa no Mangue que a gente te explica!

domingo, 18 de julho de 2010

Cadê a poesia?

"Se lembrar de celebrar muito mais".
Com essa frase do Fernando Anitelli eu abro esse texto e inauguro meu blog. Posso pensar em pouquíssimas outras formas melhores de fazê-lo. Mas prefiro assim. Por que escolhi essa frase? Por razões muito simples. Na última sexta-feira, tive o privilégio de participar de mais um "encontro para raros", que é como a trupe do Teatro Mágico se refere às suas apresentações. Claro que não me decepcionei, músicos excelentes, poesia feita com esmero e performance, muita performance.
Como se não bastasse, no sábado tive mais um privilégio, o de assistir o show de lançamento da nova turnê do Paulinho Moska. Desculpa, não consigo chamá-lo só de Moska, acho que lembro de Chiquititas e me dá um bloqueio. E surpreende. A poesia continua lá, trazida à vida através da mente brilhante que se expressa através de melodias, palavras, fotografias, caras e bocas.
Não falo isso tudo à toa, nem só para divulgar o trabalho de artistas que admiro. Compartilho minhas experiências porque quero trazer esperança, pra mim e pra quem me lê. Esperança de que num mundo em que fazem sucesso músicas vazias, com mensagens fúteis, sensuais e muitas vezes pornográficas, ainda existem aqueles que primam pela arte ao invés da grana.
Não quero dar uma de moralista, dizendo que não se pode falar da relação entre homem e mulher, por exemplo. Até acho bacana. Por sinal tem um livro, chamado Cantares (ou Cântico dos Cânticos), que fala bastante disso, de uma forma que me encanta.
O problema é que a música e a poesia se tornaram formas de encher os bolsos de cantoras descontroladas que sacodem as cabeças e outras partes do corpo enquanto cantam. No meio de tanto apelo sexual, piromania e superprodução, a poesia se perdeu. Virou algo secundário. Uma pena...
Maaaassss, como já disse, existem aqueles que ainda primam pela arte ao invés da grana. Por isso, queria dizer pra que não percamos a esperança. A poesia não morreu ainda. Ela está aí, sendo cantada por Teatro Mágico, Paulinho Moska, Maria Rita, Los Hermanos, os veteranos Gil, Chico e Caetano, além de muitos outros. No lugar de dar ouvidos a mensagens vazias de músicas comerciais, queria sugerir que nós nos esforçássemos ao máximo para descobrir e redescobrir a verdadeira arte.
Vamos nos lembrar de celebrar muito mais!