quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Folha em Branco

Tem horas em que eu daria tudo por uma folha em branco. Não precisava nem estar imaculada, umas manchinhas de café ou uns furinhos de traça dão até um toque de requinte...


Olho pra essa folha, já escrita, quase furada pela borracha que tantas vezes já a apagou, cheia de riscos, rasuras e liquid paper. Como foi que eu deixei ficar assim? Não deixei, aconteceu. Fui escrevendo, escrevendo, sem ter o cuidado de ver o que estava saindo. Acabei me distraindo e quando fui ver já estava assim.

Oxi, que vergonha...


Tomara que ninguém veja... imagina se mamãe vê o que fiz com essa folha!


Amasso, jogo no lixo, mas não adianta, ela continua lá. Me olhando, me desafiando. Sabe que não consigo me livrar dela. Podia rasgar, queimar, acabar com a raça da maldita. Mas é a única que eu tenho, onde mais iria escrever?


Desamasso, aliso com as mãos, passo com ferro. E agora? Surge na mente o desafio de escrever de novo, dessa vez em vermelho-sangue... e não é que a danada tá alvejando? Quem diria... Logo com vermelho-sangue!

Um comentário:

  1. Tem vários aspectos esse seu texto abstrato...
    Muito bom!

    tem um selinho lá pra ti....ok?
    bjão

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