Levantou-se aquele dia e percebeu que já não podia mais. Estava cansada de viver. Afinal, viver é o jorrar incessante de lágrimas e, assim sendo, já tinha vivido tudo o que tinha para viver. Tomou a corajosa decisão de acabar com sua vida, já que ninguém lhe fazia esse favor. Não diretamente.
Sentiu o travesseiro ainda molhado, cambaleou ao se pôr de pé e foi escovar os dentes para tirar o gosto amargo de suas lágrimas. Ali mesmo, preparou como o mais experiente barman seu último coquetel. Alguns calmantes, analgésicos e, pra dar um charme, pastilhas efervescentes.
Pegou seu drinque com a sutileza ensinada pelos jantares compartilhados com pessoas de famílias importantes. Voltou ao quarto e sentou-se na cama. Ah! O gosto que sua única aventura ousada teria...
Ouviu barulhos vindos da janela. Bem agora?! Ignoraria.
Olhou novamente para o seu fascinante elixir da eternidade, determinada. Mais barulhos vindos da janela. Muito a contragosto, decidiu interromper seu compromisso para ir olhar. Demorou um pouco para lembrar como se abriam aquelas cortinas, mas conseguiu. Surpreendeu-se com a visão da plumagem multicolorida, o peito empinado, o bico levantado.
Tentou voltar aos afazeres, mas seu inconveniente visitante começou a cantar. Parou atônita. Nunca ouvira algo assim. Indiferente, o mensageiro continuava a cantar, cada vez mais alto, muito serelepe. Acabou que Regina esqueceu-se do que estava fazendo e ficou observando. Aos poucos, os músculos de sua face começaram a comportar-se de forma estranha. Mexiam-se de forma involuntária, preparando-se para uma ação que não sabia muito bem o que era. Estava fora de controle.
Seus olhos não obedeciam, muito menos suas pernas e mãos. E sua boca... O que estava acontecendo? Aos poucos, delineou-se um formato desconhecido. Seus lábios expandiram para os lados, separaram-se. Com muita dificuldade formou-se um sorriso(!).
Não entendeu muito bem, mas sentiu vontade de viver mais um dia...
Sentiu o travesseiro ainda molhado, cambaleou ao se pôr de pé e foi escovar os dentes para tirar o gosto amargo de suas lágrimas. Ali mesmo, preparou como o mais experiente barman seu último coquetel. Alguns calmantes, analgésicos e, pra dar um charme, pastilhas efervescentes.
Pegou seu drinque com a sutileza ensinada pelos jantares compartilhados com pessoas de famílias importantes. Voltou ao quarto e sentou-se na cama. Ah! O gosto que sua única aventura ousada teria...
Ouviu barulhos vindos da janela. Bem agora?! Ignoraria.
Olhou novamente para o seu fascinante elixir da eternidade, determinada. Mais barulhos vindos da janela. Muito a contragosto, decidiu interromper seu compromisso para ir olhar. Demorou um pouco para lembrar como se abriam aquelas cortinas, mas conseguiu. Surpreendeu-se com a visão da plumagem multicolorida, o peito empinado, o bico levantado.
Tentou voltar aos afazeres, mas seu inconveniente visitante começou a cantar. Parou atônita. Nunca ouvira algo assim. Indiferente, o mensageiro continuava a cantar, cada vez mais alto, muito serelepe. Acabou que Regina esqueceu-se do que estava fazendo e ficou observando. Aos poucos, os músculos de sua face começaram a comportar-se de forma estranha. Mexiam-se de forma involuntária, preparando-se para uma ação que não sabia muito bem o que era. Estava fora de controle.
Seus olhos não obedeciam, muito menos suas pernas e mãos. E sua boca... O que estava acontecendo? Aos poucos, delineou-se um formato desconhecido. Seus lábios expandiram para os lados, separaram-se. Com muita dificuldade formou-se um sorriso(!).
Não entendeu muito bem, mas sentiu vontade de viver mais um dia...
ADOREI! qualquer dia me aventurarei em crônicas tb! mas como vc sabe, sempre será td muito conceitual.. hahahaha
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