segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pré-fácil

Jantei assistindo L.A. Ink e vi que já está tarde. O dia amanhã vai ser agitado, preciso dormir. Mas como? Como dormir assim em meio a mochila, botas, passaporte, passe de trem, passagem, Travel Money?


Ansiedade é normal. E confesso que, a esta altura, é a melhor sensação que eu poderia ter. Já foi um misto de medo, tristeza, alegria, cagaço, desânimo... Minha velha companheira agora é o que menos atrapalha.


Chegou a hora de ir viver um sonho, por mais clichê que possa soar. Um sonho que, como todo sonho interessante, tem várias reviravoltas e se transforma num piscar de olhos. Daqueles que você tá escovando os dentes e de repente se vê no meio de um filme do Tarantino.


Decidi fazer um mochilão pela Europa no começo desse ano. Era pra ser um intercâmbio, mas desde que deixei de ser um pobre estagiário para ser um reles funcionário público ficou inviável passar mais de um mês lá fora. Foi aí que decidi que viajaria, simplesmente. Muitos ouviram minha ideia, quase todos se empolgaram, alguns levaram a sério e ninguém quis ir até o fim.


Resolvi, então, que iria sozinho. Há muito tempo vinha prometendo a mim mesmo um tempo longe de tudo e todos e essa parecia ser a oportunidade perfeita. Estava em débito comigo e decidi quitar a dívida.


Comecei a planejar algumas coisas e Deus me fez uma grande surpresa: arranjou a melhor companheira de viagem que eu poderia ter. E ela estava disposta a entrar na minha onda, esquecer um pouco do que se passa entre a Moreira César e a Gavião Peixoto para explorar novos horizontes.


Amanhã embarcamos para aquela que promete ser a viagem da minha vida so far... Não é simplesmente conhecer lugares novos, meu grande desafio nesses próximos 40 dias é conhecer a mim mesmo. Desatrelado do cotidiano, das influências do que me rodeia. Absorto em mim mesmo. E em Deus, acima de tudo.


O ser humano é assim mesmo, precisa conhecer coisas novas para dar valor às velhas. Entender o complexo para apreciar o singelo. Viver o diferente para aprender a lidar com o corriqueiro.


E assim começo minha breve jornada. Com fé, vontade e gratidão.


“O nosso ir faz o caminho”...

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