"Tem coisas que são para ficar só na retina" - ensinou-me uma de duas simpáticas senhoras que tivemos o privilégio de conhecer logo no começo de nossa viagem, aguardando o trem de Lisboa para Madrid.
E assim foi Londres. Não porque eu quisesse, mas a própria cidade parecia não ter vontade de ser fortemente registrada através de fotos ou posts no blog. Só queria ser apreciada, vivida. Logo que cheguei no Brasil veio a realidade, trazendo formatura, trabalho e senhor wilson (meu avô) convalescente, uma soma de fatores que me impediu de escrever sobre Londres até hoje.
Sim, Londres é isso tudo. E muito mais. A capital inglesa não cansa de ser bonita, atraente e mágica, mais do que qualquer outro lugar que eu tivesse ido até então.
Em nosso primeiro dia, resolvemos fazer um walking tour oferecido gratuitamente por uma empresa de turismo. Chegando ao ponto de encontro, nos protegemos da chuva com ponchos de plástico e partimos. A espevitada guia nos contava em um esganiçado espanhol sobre diversos pontos interessantes da cidade, passando por castelos, praças, clubes de cavalheiros e claro, os inevitáveis Palácio de Buckingham, Big Ben e Abadia de Westminster.
Com o que nos restava de dia, seguimos a um dos diversos museus que oferecem entrada gratuita. Alias, em Londres, a gente não paga nada para entrar na maioria dos museus. Nosso escolhido foi o Tate Modern, que, como podemos deduzir, exibia diversas obras de arte moderna, desde Dalí (sempre por mim procurado), Miró (trazendo à memória a lembrança materna) até trabalhos da Pop Art e muitos mais. De uma sacada, paramos pra respirar um pouco às margens do Tâmisa, curtindo um visual raro.
Saindo do Tate Modern, passamos para o outro lado do rio através da ponte para pedestres Millenium Brigde, que com seu design moderno remetia às ondas que se agitavam timidamente lá embaixo. Travessia feita, chegamos à Catedral de Saint Paul, surpreendentemente vazia. Tivemos o privilégio de ser recepcionados pelo aconhegante som de um coral que se apresentava, trazendo uma preciosa sensação de paz que constratava com a agitaçao que reinava do lado de fora.
Saí de lá pronto pra uma noite de sono.
Dhivagando na Zoropa
"O nosso ir faz o caminho"
domingo, 17 de junho de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Cacau e cevada
-O que que tem na Bélgica? - Isa me pergunta no trem que tomamos em Amsterdam.
-Chocolate e cerveja. - respondo eu pensando no que ate então sabia sobre o pais.
Passamos três noites e dois dias na Bélgica, nosso penúltimo destino aqui pelas Zoropa. Estando devidamente instalados num albergue com uma estrutura bacana, fomos ao supermercado pra descobrir que os preços eram bem salgados. Por indicação de uma funcionaria do hostel, fomos a um pub que mostrava que a fama do pais não era a toa: cerveja por 1euro ate uma da manha. Pronto, a noite tava salva.
No dia seguinte, pegamos um trem ate Bruges, uma cidadezinha medieval dali próxima e que tinha sido recomendada por muitos. O lugar tem diversas construções da Idade das Trevas, sem deixar de procurar trazer outras atracões para os turistas, mas que pode facilmente ser explorado em menos de um dia. Em algumas horas, conhecemos Markt, uma praça que deixaria qualquer cidade mineira com inveja, tanto pela bela igreja que ali se ergue, quanto pela quantidade de transeuntes e charretes que por ela trafegam. Passamos também por sua vizinha mais modesta, Burg.
Seguindo o cheiro que paira pelo lugarejo, chegamos ao Museu do Chocolate, onde, alem de ver a iguaria ser preparada na hora, também temos acesso a diversas informações sobre ela, como sua origem com os maias e os aztecas, sua popularização na Europa, chegando a forma como a consumimos hoje.
Dali, passeamos pelas varias ruelas de Bruges, chegando no Begijnhof, uma espécie de monasterio erguido na Idade Media, servindo de refugio para muitas mulheres sem marido. Ainda preservando seus ares de porto seguro, e uma típica construção medieval, com seu relaxante jardim central, cercado por muros e casinhas onde viviam as religiosas. Ali dentro, claro, esta uma pequena capela. As mulheres que ali viviam, procuravam dedicar-se a religião e encontrar abrigo, tendo feito o devido voto de probreza.
Despedidos pela chuva e carregando deliciosas sacolas recheadas com chocolate belga, voltamos para Bruxelas, onde preparamos um esperado jantar de bife com batata frita, que despertou a inveja dos olfatos alheios. Modéstia a parte, eu cozinho na moral.
Bruxelas também não nos exigiu muito, em pouco tempo visitamos os principais pontos turísticos, como a belíssima Grand Place e o inexplicavelmente famoso Manneken Pis, uma pequena fonte onde um gurizinho da um mijao na piscina. A estatua e simples como a descrição que dei.
Depois de andar um pouco pelas ruas, fomos ate o Atomium, primo renegado da Torre Eiffel. O monumento fica perto de um parque de exposições (uma espécie de Rio Centro) e foi construído para a exposição mundial de 1958. O sucesso foi tanto, que acabaram deixando ele por lá. Não deixa, contudo, de ser interessante, representando uma molécula de ferro aumentada 165 bilhões de vezes. Podemos pegar um elevados ate o "átomo" mais alto e, através das ligações com os outros, explorar o restante através de escadas (rolantes ou não). O ponto mais alto proporciona uma visão privilegiada dos arredores e as demais esferas da representação exibem uma mostra sobre a exposição mundial de 1958. No fundo, e uma Torre Eiffel dos nerds.
A singeleza da cidade permitiu que voltássemos cedo pro albergue a tempo de descansar um pouco e seguir a noite com uma simpática companhia ate um famoso pub da cidade, que oferece diversos tipos de cerveja com diferentes sabores.
No dia seguinte, tomamos o trem para Londres, nosso ultimo destino antes de voltar pro Brasil. Apesar de ter tido o caminho atrapalhado por burocracias rotineiras da imigração, chegamos na terra da rainha com novo fôlego, provavelmente fruto da sensação de reta final.
Sem muitas dificuldades para encontar o albergue, chegamos a tempo de nos instalarmos e sair para um tranquilo passeio margem do Tamisa, vendo de cara o Big Ben, o Parlamanento, a imensa London Eye, finalizando com um capuccino na Starbucks pertinho da Tower of London, famosa pela ponte que fica a sua frente. Só com isso já deu pra Londres deixar uma boa impressão.
-Chocolate e cerveja. - respondo eu pensando no que ate então sabia sobre o pais.
Passamos três noites e dois dias na Bélgica, nosso penúltimo destino aqui pelas Zoropa. Estando devidamente instalados num albergue com uma estrutura bacana, fomos ao supermercado pra descobrir que os preços eram bem salgados. Por indicação de uma funcionaria do hostel, fomos a um pub que mostrava que a fama do pais não era a toa: cerveja por 1euro ate uma da manha. Pronto, a noite tava salva.
No dia seguinte, pegamos um trem ate Bruges, uma cidadezinha medieval dali próxima e que tinha sido recomendada por muitos. O lugar tem diversas construções da Idade das Trevas, sem deixar de procurar trazer outras atracões para os turistas, mas que pode facilmente ser explorado em menos de um dia. Em algumas horas, conhecemos Markt, uma praça que deixaria qualquer cidade mineira com inveja, tanto pela bela igreja que ali se ergue, quanto pela quantidade de transeuntes e charretes que por ela trafegam. Passamos também por sua vizinha mais modesta, Burg.
Seguindo o cheiro que paira pelo lugarejo, chegamos ao Museu do Chocolate, onde, alem de ver a iguaria ser preparada na hora, também temos acesso a diversas informações sobre ela, como sua origem com os maias e os aztecas, sua popularização na Europa, chegando a forma como a consumimos hoje.
Dali, passeamos pelas varias ruelas de Bruges, chegando no Begijnhof, uma espécie de monasterio erguido na Idade Media, servindo de refugio para muitas mulheres sem marido. Ainda preservando seus ares de porto seguro, e uma típica construção medieval, com seu relaxante jardim central, cercado por muros e casinhas onde viviam as religiosas. Ali dentro, claro, esta uma pequena capela. As mulheres que ali viviam, procuravam dedicar-se a religião e encontrar abrigo, tendo feito o devido voto de probreza.
Despedidos pela chuva e carregando deliciosas sacolas recheadas com chocolate belga, voltamos para Bruxelas, onde preparamos um esperado jantar de bife com batata frita, que despertou a inveja dos olfatos alheios. Modéstia a parte, eu cozinho na moral.
Bruxelas também não nos exigiu muito, em pouco tempo visitamos os principais pontos turísticos, como a belíssima Grand Place e o inexplicavelmente famoso Manneken Pis, uma pequena fonte onde um gurizinho da um mijao na piscina. A estatua e simples como a descrição que dei.
Depois de andar um pouco pelas ruas, fomos ate o Atomium, primo renegado da Torre Eiffel. O monumento fica perto de um parque de exposições (uma espécie de Rio Centro) e foi construído para a exposição mundial de 1958. O sucesso foi tanto, que acabaram deixando ele por lá. Não deixa, contudo, de ser interessante, representando uma molécula de ferro aumentada 165 bilhões de vezes. Podemos pegar um elevados ate o "átomo" mais alto e, através das ligações com os outros, explorar o restante através de escadas (rolantes ou não). O ponto mais alto proporciona uma visão privilegiada dos arredores e as demais esferas da representação exibem uma mostra sobre a exposição mundial de 1958. No fundo, e uma Torre Eiffel dos nerds.
A singeleza da cidade permitiu que voltássemos cedo pro albergue a tempo de descansar um pouco e seguir a noite com uma simpática companhia ate um famoso pub da cidade, que oferece diversos tipos de cerveja com diferentes sabores.
No dia seguinte, tomamos o trem para Londres, nosso ultimo destino antes de voltar pro Brasil. Apesar de ter tido o caminho atrapalhado por burocracias rotineiras da imigração, chegamos na terra da rainha com novo fôlego, provavelmente fruto da sensação de reta final.
Sem muitas dificuldades para encontar o albergue, chegamos a tempo de nos instalarmos e sair para um tranquilo passeio margem do Tamisa, vendo de cara o Big Ben, o Parlamanento, a imensa London Eye, finalizando com um capuccino na Starbucks pertinho da Tower of London, famosa pela ponte que fica a sua frente. Só com isso já deu pra Londres deixar uma boa impressão.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
I amsterdam?
Demorei um pouco pra saber o que pensar sobre Amsterdam. Confesso que ainda hoje, minha ultima noite na cidade, continuo me sentindo um tanto reticente.
Amsterdam oferece um turismo bem diferente de todas as cidades que já visitamos ate agora, preocupando-se mais em entreter do que em informar e transmitir cultura. Talvez essa impressão também culpa nossa que, após passar por Portugal, Espanha, Franca e Itália, já queríamos ver algo diferente. E isso a capital da Holanda oferece.
Apesar dos museus convencionais que existem por aqui, o que chama a atenção mesmo são alguns um tanto incomuns: museu do sexo, museu da maconha, museu da tortura medieval, museu da tatuagem, museu erótico, museu da vodka e por ai vai... Os que conhecemos oferecem um passeio rápido e divertido, no qual a principal preocupação e levar diversão ao visitante. Um interessante e o Nemo, museu da ciência, voltado principalmente pra crianças e adolescentes, mas que desperta a curiosidade dos adultos também, ao permitir que se participe de fenômenos científicos, sempre explicando o motivo de sua ocorrência.
O mundialmente famoso Madame Tussaud também vale a pena conferir. Diversas personalidades tem ali suas replicas feitas de cera, todas reproduzidas com uma perfeição tamanha que nos leva a crer que estamos diante de nossos ídolos. Troquei uma idéia com Mandela e Gandhi e depois dei os parabéns a Salvador Dali por suas obras e, como não sou bobo, dei ate uma idéia na Jennifer Lopez, que nem me respondeu. Junto com o ingresso pro Madame Tussaud da pra comprar um pra Amsterdam Dungeons, uma jornada pela história sangrenta da cidade, feita com atores fantasiados que encenam o lado negro da história da cidade, passando pela Inquisição, navios de trabalho forcado, bruxas queimadas na fogueira e serial killers. Bacaninha.
No lado etílico da coisa, fizemos um tour pela 1a fabrica da Heineken, o Heineken Experience, que mostra todo o processo de produção da cerveja, ensina a degustar a loira e ainda da umas provinhas no final. O passeio inclui um filme em 4D no qual somos transformados em uma cerveja pronta pra ser consumida e acaba, claro, numa lojinha cheia de produtos com a marca da cerveja.
Muito interessante também foi um bar todo feito de gelo. Na frente um bar normal, mas por alguns euros vc entra numa câmara onde tudo eh feito de gelo: o balcão, os bancos, esculturas, ate mesmo os copos. Lá dentro a temperatura e de -10, então o tempo de permanência, de meia hora, já e mais do que suficiente. Ali mais um vídeo em 4D, no qual um vento cortante vem contra o rosto, desafio pra qualquer esquimó.
Ontem estivemos na Casa de Anne Frank, um pequeno museu criado em homenagem a menina judia que nos deixou seu diário contando sobre os dias em que se escondia com a família no prédio em que seu pai trabalhava. O museu, alias, fica neste mesmo prédio em que Anne esteve durante os anos da II Guerra Mundial ate ser capturada pelos nazistas e levada a um campo de concentração. Nos andares inferiores vemos onde funcionava a fabrica de geléia do pai de Anne e, ao subir algumas escadas, nos deparamos com a estante de fichários que escondia o Anexo Secreto. O espaço esta muito bem preservado e algumas maquetes foram montadas para reproduzir o ambiente durante o período em que a família Frank ali se refugiou. Nas paredes do quarto de Anne são mantidas as fotos recortadas das revistas da época, mostrando que ali viveu uma menina como qualquer outra, mas que teve seus sonhos monstruosamente sufocados e, posteriormente, destruídos com sua própria vida.
Como disse no começo, ainda não sei bem o que acho de Amsterdam. Quando cheguei aqui vi um lugar em que há muita liberdade, onde as pessoas são livres para buscar aquilo que lhes da prazer. Sempre achei isso muito interessante, pois acredito que devemos fazer ou deixar de fazer as coisas por nossas próprias convicções, não porque alguém impôs. Acho que cada um deve ser livre pra escolher o que quer fazer da sua vida. Contudo, depois de alguns dias percebi que essa liberdade toda acaba por se tornar libertinagem. Não sei se e a educação crista (um pouco católica, um pouco protestante) falando um pouco mais alto, mas parece que o turismo aqui se desenvolveu em torno disso e um apelo enorme e feito em torno de sexo e drogas. A cidade parece querer trazer isso pra vida do turista a qualquer custo, desde os souvenirs ate as ruas do Red Light District e os Coffee Shops. Já não sei ate que ponto isso tudo e uma liberdade ou uma prisão. Essa vai com certeza ser uma conversa pra render em mesinhas de boteco quando eu voltar pro Brasil.
De uma coisa tenho cada vez mais certeza: "O nosso ir faz o caminho".
Amsterdam oferece um turismo bem diferente de todas as cidades que já visitamos ate agora, preocupando-se mais em entreter do que em informar e transmitir cultura. Talvez essa impressão também culpa nossa que, após passar por Portugal, Espanha, Franca e Itália, já queríamos ver algo diferente. E isso a capital da Holanda oferece.
Apesar dos museus convencionais que existem por aqui, o que chama a atenção mesmo são alguns um tanto incomuns: museu do sexo, museu da maconha, museu da tortura medieval, museu da tatuagem, museu erótico, museu da vodka e por ai vai... Os que conhecemos oferecem um passeio rápido e divertido, no qual a principal preocupação e levar diversão ao visitante. Um interessante e o Nemo, museu da ciência, voltado principalmente pra crianças e adolescentes, mas que desperta a curiosidade dos adultos também, ao permitir que se participe de fenômenos científicos, sempre explicando o motivo de sua ocorrência.
O mundialmente famoso Madame Tussaud também vale a pena conferir. Diversas personalidades tem ali suas replicas feitas de cera, todas reproduzidas com uma perfeição tamanha que nos leva a crer que estamos diante de nossos ídolos. Troquei uma idéia com Mandela e Gandhi e depois dei os parabéns a Salvador Dali por suas obras e, como não sou bobo, dei ate uma idéia na Jennifer Lopez, que nem me respondeu. Junto com o ingresso pro Madame Tussaud da pra comprar um pra Amsterdam Dungeons, uma jornada pela história sangrenta da cidade, feita com atores fantasiados que encenam o lado negro da história da cidade, passando pela Inquisição, navios de trabalho forcado, bruxas queimadas na fogueira e serial killers. Bacaninha.
No lado etílico da coisa, fizemos um tour pela 1a fabrica da Heineken, o Heineken Experience, que mostra todo o processo de produção da cerveja, ensina a degustar a loira e ainda da umas provinhas no final. O passeio inclui um filme em 4D no qual somos transformados em uma cerveja pronta pra ser consumida e acaba, claro, numa lojinha cheia de produtos com a marca da cerveja.
Muito interessante também foi um bar todo feito de gelo. Na frente um bar normal, mas por alguns euros vc entra numa câmara onde tudo eh feito de gelo: o balcão, os bancos, esculturas, ate mesmo os copos. Lá dentro a temperatura e de -10, então o tempo de permanência, de meia hora, já e mais do que suficiente. Ali mais um vídeo em 4D, no qual um vento cortante vem contra o rosto, desafio pra qualquer esquimó.
Ontem estivemos na Casa de Anne Frank, um pequeno museu criado em homenagem a menina judia que nos deixou seu diário contando sobre os dias em que se escondia com a família no prédio em que seu pai trabalhava. O museu, alias, fica neste mesmo prédio em que Anne esteve durante os anos da II Guerra Mundial ate ser capturada pelos nazistas e levada a um campo de concentração. Nos andares inferiores vemos onde funcionava a fabrica de geléia do pai de Anne e, ao subir algumas escadas, nos deparamos com a estante de fichários que escondia o Anexo Secreto. O espaço esta muito bem preservado e algumas maquetes foram montadas para reproduzir o ambiente durante o período em que a família Frank ali se refugiou. Nas paredes do quarto de Anne são mantidas as fotos recortadas das revistas da época, mostrando que ali viveu uma menina como qualquer outra, mas que teve seus sonhos monstruosamente sufocados e, posteriormente, destruídos com sua própria vida.
Como disse no começo, ainda não sei bem o que acho de Amsterdam. Quando cheguei aqui vi um lugar em que há muita liberdade, onde as pessoas são livres para buscar aquilo que lhes da prazer. Sempre achei isso muito interessante, pois acredito que devemos fazer ou deixar de fazer as coisas por nossas próprias convicções, não porque alguém impôs. Acho que cada um deve ser livre pra escolher o que quer fazer da sua vida. Contudo, depois de alguns dias percebi que essa liberdade toda acaba por se tornar libertinagem. Não sei se e a educação crista (um pouco católica, um pouco protestante) falando um pouco mais alto, mas parece que o turismo aqui se desenvolveu em torno disso e um apelo enorme e feito em torno de sexo e drogas. A cidade parece querer trazer isso pra vida do turista a qualquer custo, desde os souvenirs ate as ruas do Red Light District e os Coffee Shops. Já não sei ate que ponto isso tudo e uma liberdade ou uma prisão. Essa vai com certeza ser uma conversa pra render em mesinhas de boteco quando eu voltar pro Brasil.
De uma coisa tenho cada vez mais certeza: "O nosso ir faz o caminho".
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Romaria
Sinto a necessidade de ser verdadeiro, o máximo que posso. Por isso, vou me permitir cometer o sacrilégio de escrever superficialmente sobre Roma, já que tenho prestado mais atenção ao meu interior do que ao que se projeta a minha volta. Me desculpem os interessados em informações sobre viagens, mas minha intenção ao escrever aqui e retratar com a máxima fidelidade uma viagem bem mais longa e profunda do que essa que estou fazendo pelo velho mundo.
Na capital da Itália, nos hospedamos em um lugar diferente de tudo que já tínhamos visto, um pequeno apartamento no centro da cidade no qual seus proprietários gentilmente acolhem viajantes em dois quartos separados. Para quem viaja de cidade em cidade, de cama em cama, um local como este oferece um ambiente caseiro e e acolhedor que trás um delicioso gostinho de lar. Ali nos sentimos a vontade para descansar, conversar com nossos exóticos anfitriões e ate provar um saboroso feijão romeno com torradas.
Nesses dias em Roma, visitamos a Basílica de São Pedro, o museu do Vaticano, o Castelo Sant'angelo. Isso só no primeiro dia. No segundo, visitamos vestígios da antiga civilização romana, como o significativo Coliseu, alem do Fórum Romano e o Palatino. No ultimo, uma sinistra visita as Catacumbas de São Calixto. Tudo sempre acompanhado por andanças pelas ruas, parando para admirar a beleza de monumentos como a Fontana de Trevi e o Panteão.
Contudo, a importância de Roma pra mim esteve nas entrelinhas. Sim, a cultura e a história vão ficar pra sempre na memória, mas tocado mesmo foi o coração. Nesses dias sossegados no apartamento de Dona Valeria muitas emoções me visitaram. Logo no começo, tive que, mais uma vez, me superar para lidar com uma ansiedade arrebatadora como já há alguns dias não sentia. Socorro nessas horas só me vem mesmo do Sangue vertido na Cruz. Dai em diante, tentei deixar de negligenciar Aquele que me criou. Passei a tentar ouvir melhor Sua voz, reduzindo a minha. Passei a perguntar-Lhe o que e preciso fazer pra que se possa viver em paz.
Hoje, por mais irônico que possa parecer, estava no avião a caminho de Amsterdam ouvindo a poesia do senhor Gerson Borges quando me foi possível enxergar que de nada preciso para viver em paz. O que preciso eu já tenho. Meu querido e tatuado Leão de Juda me mostrou que o simples fato de ele estar me ouvindo, estar do meu lado a todo momento, me aceitando apesar dos meus defeitos já e o suficiente para que eu viva em paz. Por que então, pensei em minha limitada condição, eu muitas vezes não me sinto em paz? Mesmo realizando um sonho, vivendo aquilo que sempre desejei, por que por vezes parece que me foge a paz?
Guiado pelas canções de Gerson, Josimar Bianchi e Kirk Franklin, entendi que não há motivo para assim se sentir. Se por vezes deixo de ter aquilo que tanto prezo eh porque muitas vezes não prezo aquilo que tanto tenho. Assim, passo a não prestar atenção no cuidado de Deus e em Seu amor por mim. Dou mais atenção as minhas próprias vontades e, mais do que isso, ao meu próprio sentimento. Sai do avião com o pensamento de tentar não mais superestimar minha dor e subestimar a misericórdia do meu Pai. De não esquecer que, não importa o tamanho dos meus erros, eles somem diante da infinitude do amor de Deus por mim.
Cheguei em Amsterdam em paz.
Na capital da Itália, nos hospedamos em um lugar diferente de tudo que já tínhamos visto, um pequeno apartamento no centro da cidade no qual seus proprietários gentilmente acolhem viajantes em dois quartos separados. Para quem viaja de cidade em cidade, de cama em cama, um local como este oferece um ambiente caseiro e e acolhedor que trás um delicioso gostinho de lar. Ali nos sentimos a vontade para descansar, conversar com nossos exóticos anfitriões e ate provar um saboroso feijão romeno com torradas.
Nesses dias em Roma, visitamos a Basílica de São Pedro, o museu do Vaticano, o Castelo Sant'angelo. Isso só no primeiro dia. No segundo, visitamos vestígios da antiga civilização romana, como o significativo Coliseu, alem do Fórum Romano e o Palatino. No ultimo, uma sinistra visita as Catacumbas de São Calixto. Tudo sempre acompanhado por andanças pelas ruas, parando para admirar a beleza de monumentos como a Fontana de Trevi e o Panteão.
Contudo, a importância de Roma pra mim esteve nas entrelinhas. Sim, a cultura e a história vão ficar pra sempre na memória, mas tocado mesmo foi o coração. Nesses dias sossegados no apartamento de Dona Valeria muitas emoções me visitaram. Logo no começo, tive que, mais uma vez, me superar para lidar com uma ansiedade arrebatadora como já há alguns dias não sentia. Socorro nessas horas só me vem mesmo do Sangue vertido na Cruz. Dai em diante, tentei deixar de negligenciar Aquele que me criou. Passei a tentar ouvir melhor Sua voz, reduzindo a minha. Passei a perguntar-Lhe o que e preciso fazer pra que se possa viver em paz.
Hoje, por mais irônico que possa parecer, estava no avião a caminho de Amsterdam ouvindo a poesia do senhor Gerson Borges quando me foi possível enxergar que de nada preciso para viver em paz. O que preciso eu já tenho. Meu querido e tatuado Leão de Juda me mostrou que o simples fato de ele estar me ouvindo, estar do meu lado a todo momento, me aceitando apesar dos meus defeitos já e o suficiente para que eu viva em paz. Por que então, pensei em minha limitada condição, eu muitas vezes não me sinto em paz? Mesmo realizando um sonho, vivendo aquilo que sempre desejei, por que por vezes parece que me foge a paz?
Guiado pelas canções de Gerson, Josimar Bianchi e Kirk Franklin, entendi que não há motivo para assim se sentir. Se por vezes deixo de ter aquilo que tanto prezo eh porque muitas vezes não prezo aquilo que tanto tenho. Assim, passo a não prestar atenção no cuidado de Deus e em Seu amor por mim. Dou mais atenção as minhas próprias vontades e, mais do que isso, ao meu próprio sentimento. Sai do avião com o pensamento de tentar não mais superestimar minha dor e subestimar a misericórdia do meu Pai. De não esquecer que, não importa o tamanho dos meus erros, eles somem diante da infinitude do amor de Deus por mim.
Cheguei em Amsterdam em paz.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Sob o Sol da Toscana
Depois de ser surpreendido por Portugal, chegou a vez da Itália cair nas minhas graças. Chegando ao meio da viagem, o desgaste vai batendo e acabei descobrindo que a saudade, definitivamente, não eh pros fracos. Não sei se as conversas via skype a aliviam ou fazem apertar ainda mais. Por tudo isso, chegar aqui por essas bandas deu um novo fôlego e um novo animo, de perceber que vale a pena segurar a onda e se deixar levar pela terra das pizzas e das Vespas.
No dia 11 estávamos em Florença, ou Firenze, como dizem por aqui, uma das cidades que eu mais queria conhecer, por já ter visto em filmes e fotos da bela região da Toscana. Bem num ritmo italiano, tomamos café da manha numa padaria que mereceu ate biz no dia seguinte e depois fomos para a Galleria dell'Academia. Confesso que depois de tantos museus, a coisa vai ficando cansativa pra quem eh apenas um leigo interessado, razão pela qual me permiti passar os olhos pelas obras medievais e ir com objetividade para uma das esculturas mais famosas do mundo: David, de Michelangelo.
A escultura faz jus a fama que tem, tanto pelo tamanho, quanto pela riqueza de detalhes que possui. Olhando bem, da pra ver cada veia nos braços e nas mãos. Michelangelo retratou o momento posterior a vitoria de Davi sobre o gigante Golias querendo enfatizar a serenidade do futuro rei de Israel derivando de sua confiança e fe em Deus. Reparando no olhar do personagem, que se perde no horizonte, pude sentir aquilo que tanto valorizo e quero buscar pra minha vida: "a paz de estar em par com Deus".
Depois fomos ver a Catedral Duomo, que causa admiração pelo tamanho, ate onde eu sei, a 4a maior igreja do mundo. Dali partimos para ver a Ponte Vecchio, a única dentre as de Firenze que sobreviveu aos bombardeios da II Guerra Mundial. Simples em sua arquitetura, contrasta com as lojas que se estendem ao seu longo, a maioria vendendo valiosas jóias.
Com o caminho pontuado por carros com o capo congelado como uma chapa de freezer, chegamos a Piazzale Michelangelo, onde muitos pássaros escondidos nas copas das arvores davam boas-vindas ao visitante. O parque, uma homenagem ao artista da qual levou o nome, tem uma replica a céu aberto de David e propicia uma vista panorâmica da cidade que enche os olhos de simples casinhas coloridas, suntuosas igrejas e castelos, alem, claro, do Rio Arno que desliga suavemente lá embaixo. Descendo, passamos no Palazzo Vecchio, em torno do qual se estende uma galeria a céu aberto de esculturas.
O dia terminou com um rolezinho jovem pelas ruazinhas de estilo antigo, quase um paradoxo com as lojas baladas que por elas se exibem, algumas recebendo os tipos mais exóticos.
Ontem nos deixamos dormir ate dar quase a hora do check-out no hostel, saindo para pegar o trem pra Pisa. A viagem foi rápida e tranqüila, assim como a cidade de destino. Pisa eh uma das cidades mais tranqüilas que estive ate agora, quase pacata. Passaria despercebida se não fosse pela famosa torre inclinada.
Fomos logo ate a catedral onde esta o único ponto turístico famoso do lugar, onde havia um gramado verdejante aquecido pelo Sol. O campanário, mais conhecido como Torre de Pisa, proporciona uma sensação diferente de tudo para quem sobe seus degraus que, alem de subirem em círculos, pendem ora para um lado, ora pro outro, resultado, claro, da inclinação do chão. Muito doido. A vista lá do alto agrada os olhos e o coração.
Depois de almoçar, passamos o começo de tarde nas ruas de Pisa a caminho da estação de trem, pegando um trem pra Roma no fim do dia, despedidos por um serelepe casal de Hare Krishnas que cantavam alegremente e tocavam tambor e pandeiro em frente a estação.
No dia 11 estávamos em Florença, ou Firenze, como dizem por aqui, uma das cidades que eu mais queria conhecer, por já ter visto em filmes e fotos da bela região da Toscana. Bem num ritmo italiano, tomamos café da manha numa padaria que mereceu ate biz no dia seguinte e depois fomos para a Galleria dell'Academia. Confesso que depois de tantos museus, a coisa vai ficando cansativa pra quem eh apenas um leigo interessado, razão pela qual me permiti passar os olhos pelas obras medievais e ir com objetividade para uma das esculturas mais famosas do mundo: David, de Michelangelo.
A escultura faz jus a fama que tem, tanto pelo tamanho, quanto pela riqueza de detalhes que possui. Olhando bem, da pra ver cada veia nos braços e nas mãos. Michelangelo retratou o momento posterior a vitoria de Davi sobre o gigante Golias querendo enfatizar a serenidade do futuro rei de Israel derivando de sua confiança e fe em Deus. Reparando no olhar do personagem, que se perde no horizonte, pude sentir aquilo que tanto valorizo e quero buscar pra minha vida: "a paz de estar em par com Deus".
Depois fomos ver a Catedral Duomo, que causa admiração pelo tamanho, ate onde eu sei, a 4a maior igreja do mundo. Dali partimos para ver a Ponte Vecchio, a única dentre as de Firenze que sobreviveu aos bombardeios da II Guerra Mundial. Simples em sua arquitetura, contrasta com as lojas que se estendem ao seu longo, a maioria vendendo valiosas jóias.
Com o caminho pontuado por carros com o capo congelado como uma chapa de freezer, chegamos a Piazzale Michelangelo, onde muitos pássaros escondidos nas copas das arvores davam boas-vindas ao visitante. O parque, uma homenagem ao artista da qual levou o nome, tem uma replica a céu aberto de David e propicia uma vista panorâmica da cidade que enche os olhos de simples casinhas coloridas, suntuosas igrejas e castelos, alem, claro, do Rio Arno que desliga suavemente lá embaixo. Descendo, passamos no Palazzo Vecchio, em torno do qual se estende uma galeria a céu aberto de esculturas.
O dia terminou com um rolezinho jovem pelas ruazinhas de estilo antigo, quase um paradoxo com as lojas baladas que por elas se exibem, algumas recebendo os tipos mais exóticos.
Ontem nos deixamos dormir ate dar quase a hora do check-out no hostel, saindo para pegar o trem pra Pisa. A viagem foi rápida e tranqüila, assim como a cidade de destino. Pisa eh uma das cidades mais tranqüilas que estive ate agora, quase pacata. Passaria despercebida se não fosse pela famosa torre inclinada.
Fomos logo ate a catedral onde esta o único ponto turístico famoso do lugar, onde havia um gramado verdejante aquecido pelo Sol. O campanário, mais conhecido como Torre de Pisa, proporciona uma sensação diferente de tudo para quem sobe seus degraus que, alem de subirem em círculos, pendem ora para um lado, ora pro outro, resultado, claro, da inclinação do chão. Muito doido. A vista lá do alto agrada os olhos e o coração.
Depois de almoçar, passamos o começo de tarde nas ruas de Pisa a caminho da estação de trem, pegando um trem pra Roma no fim do dia, despedidos por um serelepe casal de Hare Krishnas que cantavam alegremente e tocavam tambor e pandeiro em frente a estação.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Aversao a mascaras
Chegar em Veneza demorou um pouco mais do que esperavamos. O trem que pegariamos foi cancelado e o proximo so dali a duas horas. No fim das contas chegamos na cidade ja pelo fim da tarde.
Aproveitamos o tempo que ainda restava para conhecer o principal ponto turistico, a Piazza San Marco. Uma visita bem rapida a Basilica di San Marco, que fecharia em meia hora e depois um passeio pelas ruas da cidade cortada por canais e povoada por pontes. Pra falar a verdade, o melhor momento do dia foi um merecido jantar no escondido (assim como tudo e em Veneza) Hard Rock Cafe, com muita carne de porco, costeleta, coxa e sobrecoxa de frango e batata frita. Pra acompanhar, muita Budweiser bem gelada, fechando com um brownie com sorvete. Se Edgar ficou feliz com o vinho e a pistache de Marseille, Jarbas, meu outro alter-ego, um gordinho de 14 anos que quer comer tudo o que ve pela frente, se deleitou em Veneza.
Hoje fomos ate a Galleria dell'Academia, onde se destacam quadros que retratam a cidade e, de volta à Praca San Marco, visitei o Pallazo Ducale, na minha opiniao a melhor coisa de Veneza, depois do Hard Rock Cafe. Na construcao, e possivel conhecer um pouco da historia da cidade, principalmente do tempo em que Veneza era uma republica independente. O predio, por si so, ja chama a atencao e tem detalhes interessantes que podemos conhecer, como as prisoes e uma ponte que passa por cima de um dos canais ligando um lado ao outro do palacio.
Ate agora, Veneza foi um dos lugares que menos me chamou a atencao. E uma cidade interessante pelas peculiaridades que tem, as ruelas estreitas, os canais e o estilo das construcoes. No entanto, basta conhecer a Piazza San Marco e seus arredores que a curiosidade ja fica mais do que sanada. Pode ser que o louco seja eu (e provavelmente sou), mas me senti um tanto claustrofobico em meio as estreitas e confusas passagens, sem falar do festival de mascaras de carnaval que sao expostas em lojas a cada 50 metros. Nao sei se ja compartilhei isso com muitas pessoas, mas nao suporto mascaras, principalmente essas de carnaval.
A esperada saida de Veneza aconteceu hoje numa rapida e tranquila viagem de trem ate Firenze. Aqui chegando, ja nos deparamos com a Catedral Duomo (sim, assim como a de Milano) e um festival de lojas de marcas famosas, mas como ja se fazia tarde, voltamos ao hostel pra descansar e aproveitar o dia de amanha na cidade da Toscana.
Aproveitamos o tempo que ainda restava para conhecer o principal ponto turistico, a Piazza San Marco. Uma visita bem rapida a Basilica di San Marco, que fecharia em meia hora e depois um passeio pelas ruas da cidade cortada por canais e povoada por pontes. Pra falar a verdade, o melhor momento do dia foi um merecido jantar no escondido (assim como tudo e em Veneza) Hard Rock Cafe, com muita carne de porco, costeleta, coxa e sobrecoxa de frango e batata frita. Pra acompanhar, muita Budweiser bem gelada, fechando com um brownie com sorvete. Se Edgar ficou feliz com o vinho e a pistache de Marseille, Jarbas, meu outro alter-ego, um gordinho de 14 anos que quer comer tudo o que ve pela frente, se deleitou em Veneza.
Hoje fomos ate a Galleria dell'Academia, onde se destacam quadros que retratam a cidade e, de volta à Praca San Marco, visitei o Pallazo Ducale, na minha opiniao a melhor coisa de Veneza, depois do Hard Rock Cafe. Na construcao, e possivel conhecer um pouco da historia da cidade, principalmente do tempo em que Veneza era uma republica independente. O predio, por si so, ja chama a atencao e tem detalhes interessantes que podemos conhecer, como as prisoes e uma ponte que passa por cima de um dos canais ligando um lado ao outro do palacio.
Ate agora, Veneza foi um dos lugares que menos me chamou a atencao. E uma cidade interessante pelas peculiaridades que tem, as ruelas estreitas, os canais e o estilo das construcoes. No entanto, basta conhecer a Piazza San Marco e seus arredores que a curiosidade ja fica mais do que sanada. Pode ser que o louco seja eu (e provavelmente sou), mas me senti um tanto claustrofobico em meio as estreitas e confusas passagens, sem falar do festival de mascaras de carnaval que sao expostas em lojas a cada 50 metros. Nao sei se ja compartilhei isso com muitas pessoas, mas nao suporto mascaras, principalmente essas de carnaval.
A esperada saida de Veneza aconteceu hoje numa rapida e tranquila viagem de trem ate Firenze. Aqui chegando, ja nos deparamos com a Catedral Duomo (sim, assim como a de Milano) e um festival de lojas de marcas famosas, mas como ja se fazia tarde, voltamos ao hostel pra descansar e aproveitar o dia de amanha na cidade da Toscana.
domingo, 8 de janeiro de 2012
A Milanesa
Desvendar um pouco de Milao foi puro divertimento. Os italianos sao divertidos, basta olhar em seus rostos cheios de expressao. Pra quem esta viajando nesse ritmo frenetico, a cidade permite conhecer seus principais pontos turisticos em um dia, ainda com um tempinho pra dar uma olhada nas lojas e comer uma deliciosa pasta.
Acordamos num horario bacana e fomos para a Catedral Duomo, localizada no centro da cidade. A construçao possui uma belissima fachada no estilo gotico, cheia de floreios e detalhes, como deve ser. Uma das poucas igrejas em que é possivel ir até o alto, permitindo que admiremos de perto o telhado, as torres, além da maravilhosa vista. Do topo do prédio, dava pra ver a agitada Piazza Duomo, os altos edificios à media distancia e montanhas com picos nevados ao longe. Estas, alias, sao um espetaculo à parte. Verdejantes na base, pareciam ter inveja do céu à medida que dele se aproximavam, contentando-se em pegar emprestado o branco das nuvens, para depois misturarem-se ao seu azul.
Dali descendo, rumamos para o Castello Sforzesco, belissima fortaleza, que hoje abriga um espaço multicultural, inculindo em seu acervo moveis, pinturas, esculturas e até mesmo mumias. Destaque era a inacabada Pietà Rondanini, de Michelangelo.
O que me chamou mesmo a atençao ali é que, diferente da maioria dos museus e monumentos em que estivemos anteriormente, no Castelo o povo se mistura com o seu patrimonio historico e cultural. Os jardins sao abertos, acessiveis a qualquer um, desde vendedores ambulantes até surpreendentes praticantes de capoeira (perdoem a ignorancia, mas nunca sei se devo chama-los de lutadores ou jogadores). Fato é que a populaçao italiana tem no local um gramado extenso, em que podem extender-se para passar o gostoso domingo de sol.
A proxima parada foi o Cenacolo Vinciano, prova de que Deus planeja o que eu nao planejei. As visitas devem ser reservadas com antecencia o que, é obvio, nao tinhamos feito. Fomos assim mesmo, tomando o risco, conforme aconselhado pela simpatica recepcionista do hotel. Na bilheteria, fui informado de que duas pessoas tinham acabado de cancelar as reservas para as 16:30. Sendo 15:15, ainda tivemos tempo de parar pra almoçar. Deus é gente fina à vera comigo!
No espaço esta "A ultima ceia", de Leonardo Da Vinci, uma das obras mais enigmaticas que ja vi até agora. Da Vinci devia ser uma esfinge em pessoa, conclui aquele que ja viu de perto o sorriso de Mona Lisa. A representaçao da Santa Ceia retrata o momento em que Jesus revela a seus apostolos que um deles viria a trai-lo. As expressoes, os gestos, os dialogos paralelos fazem com que a gente sinta até o gostinho do pao e do vinho.
Ah sim, no meio de toda a cultura, paradas em muitas lojas de marcas famosas que vendiam tudo com descontos tentadores, exigencia da companheira de aventuras. Nessa época do ano, tudo esta em liquidaçao aqui na Italia.
O dia terminou com um tipico gelatto italiano, de volta à Piazza Duomo, um de pistache e outro de chocolate bem forte. Depois de um jantar regado do Burger King, é hora de ir dormir pra amanha acordar cedo e pegar o trem para Veneza.
Acordamos num horario bacana e fomos para a Catedral Duomo, localizada no centro da cidade. A construçao possui uma belissima fachada no estilo gotico, cheia de floreios e detalhes, como deve ser. Uma das poucas igrejas em que é possivel ir até o alto, permitindo que admiremos de perto o telhado, as torres, além da maravilhosa vista. Do topo do prédio, dava pra ver a agitada Piazza Duomo, os altos edificios à media distancia e montanhas com picos nevados ao longe. Estas, alias, sao um espetaculo à parte. Verdejantes na base, pareciam ter inveja do céu à medida que dele se aproximavam, contentando-se em pegar emprestado o branco das nuvens, para depois misturarem-se ao seu azul.
Dali descendo, rumamos para o Castello Sforzesco, belissima fortaleza, que hoje abriga um espaço multicultural, inculindo em seu acervo moveis, pinturas, esculturas e até mesmo mumias. Destaque era a inacabada Pietà Rondanini, de Michelangelo.
O que me chamou mesmo a atençao ali é que, diferente da maioria dos museus e monumentos em que estivemos anteriormente, no Castelo o povo se mistura com o seu patrimonio historico e cultural. Os jardins sao abertos, acessiveis a qualquer um, desde vendedores ambulantes até surpreendentes praticantes de capoeira (perdoem a ignorancia, mas nunca sei se devo chama-los de lutadores ou jogadores). Fato é que a populaçao italiana tem no local um gramado extenso, em que podem extender-se para passar o gostoso domingo de sol.
A proxima parada foi o Cenacolo Vinciano, prova de que Deus planeja o que eu nao planejei. As visitas devem ser reservadas com antecencia o que, é obvio, nao tinhamos feito. Fomos assim mesmo, tomando o risco, conforme aconselhado pela simpatica recepcionista do hotel. Na bilheteria, fui informado de que duas pessoas tinham acabado de cancelar as reservas para as 16:30. Sendo 15:15, ainda tivemos tempo de parar pra almoçar. Deus é gente fina à vera comigo!
No espaço esta "A ultima ceia", de Leonardo Da Vinci, uma das obras mais enigmaticas que ja vi até agora. Da Vinci devia ser uma esfinge em pessoa, conclui aquele que ja viu de perto o sorriso de Mona Lisa. A representaçao da Santa Ceia retrata o momento em que Jesus revela a seus apostolos que um deles viria a trai-lo. As expressoes, os gestos, os dialogos paralelos fazem com que a gente sinta até o gostinho do pao e do vinho.
Ah sim, no meio de toda a cultura, paradas em muitas lojas de marcas famosas que vendiam tudo com descontos tentadores, exigencia da companheira de aventuras. Nessa época do ano, tudo esta em liquidaçao aqui na Italia.
O dia terminou com um tipico gelatto italiano, de volta à Piazza Duomo, um de pistache e outro de chocolate bem forte. Depois de um jantar regado do Burger King, é hora de ir dormir pra amanha acordar cedo e pegar o trem para Veneza.
sábado, 7 de janeiro de 2012
No meio do caminho tinha uma praia
Se Marseille nos permitiu relaxar, Nice mais ainda. Chegamos na luxuosa cidade da Cote D'Azur na noite do dia 7, exaustos pela combinaçao do passeio durante o dia com a viagem de trem em seu final. So deu tempo de comer um sanduiche no Subway em frente ao hostel e dormir.
Visitar uma cidade fora de temporada tem muitas vantagens e a que Nice nos deu foi o descompromisso. Por ser uma cidade de praia, nessa época do ano fica bem tranquila, deixando o viajante à vontade para deixar o tempo passar suavemente.
Nao estava muito frio, cerca de 15 graus. O sol brilhava querendo queimar a pele e nenhum vento. Ainda assim, o povo andava todo encasacado. Caminhavam no calçadao, sentavam em cadeiras e espreguiçadeiras ou até mesmo na areia. Tudo de camisa e calça.
Botei logo minha bermuda, todo garotao, e fiquei deitado preguiçosamente torrando igual um nugget. O sangue carioca veio à tona e nao aguentamos: demos um rapido mergulho na agua fria do Mediterraneo, correndo logo de volta pro Sol. O som de Planet Hemp e Novos Baianos deram o toque final pra matar as saudades do Rio.
Depois de tomar uma agua com gas, fui dar um rolezinho jovem pela Promenade des Anglais, avenida que beira a orla e que inspirou o planejamento de Copacabana, levado pelo soul de Mayer Hawthorne. Como o frio começou a apertar, voltei pro albergue e, depois de uma lasanha de microondas, fomos a um pub irlandes, encontrar minha querida amiga Stellinha Artois.
Hoje, mais uma viagem, de Nice a Milano. Apesar das 7 horas passadas dentro de 3 trens regionais diferentes, o percurso merece ser feito pela ferrovia, de preferencia durante o dia. A rota segue quase sempre pelo litoral, dando uma visao privilegiada do Mar Mediterraneo pontuada por charmosas cidadezinhas italianas, com suas construçoes irregulares. Do outro lado, contrastam cadeias de verdes montanhas, as mais longinquas salpicadas de gelo no topo. De Genova para ca, a paisagem era um pouco mais bucolica, vastos campos dourados pelo por-do-sol, dos quais sombras de galhos secos se levantavam contra o ceu alaranjado.
Ao chegar em Milano, os votos de boas vindas ficaram por conta de um delicioso spaghetti com frutos do mar, que, alem do leve sabor de maresia, trouxeram um gostinho de saudade dos almoços em familia. Calma, dona Nilze, so mais 21 dias.
Visitar uma cidade fora de temporada tem muitas vantagens e a que Nice nos deu foi o descompromisso. Por ser uma cidade de praia, nessa época do ano fica bem tranquila, deixando o viajante à vontade para deixar o tempo passar suavemente.
Nao estava muito frio, cerca de 15 graus. O sol brilhava querendo queimar a pele e nenhum vento. Ainda assim, o povo andava todo encasacado. Caminhavam no calçadao, sentavam em cadeiras e espreguiçadeiras ou até mesmo na areia. Tudo de camisa e calça.
Botei logo minha bermuda, todo garotao, e fiquei deitado preguiçosamente torrando igual um nugget. O sangue carioca veio à tona e nao aguentamos: demos um rapido mergulho na agua fria do Mediterraneo, correndo logo de volta pro Sol. O som de Planet Hemp e Novos Baianos deram o toque final pra matar as saudades do Rio.
Depois de tomar uma agua com gas, fui dar um rolezinho jovem pela Promenade des Anglais, avenida que beira a orla e que inspirou o planejamento de Copacabana, levado pelo soul de Mayer Hawthorne. Como o frio começou a apertar, voltei pro albergue e, depois de uma lasanha de microondas, fomos a um pub irlandes, encontrar minha querida amiga Stellinha Artois.
Hoje, mais uma viagem, de Nice a Milano. Apesar das 7 horas passadas dentro de 3 trens regionais diferentes, o percurso merece ser feito pela ferrovia, de preferencia durante o dia. A rota segue quase sempre pelo litoral, dando uma visao privilegiada do Mar Mediterraneo pontuada por charmosas cidadezinhas italianas, com suas construçoes irregulares. Do outro lado, contrastam cadeias de verdes montanhas, as mais longinquas salpicadas de gelo no topo. De Genova para ca, a paisagem era um pouco mais bucolica, vastos campos dourados pelo por-do-sol, dos quais sombras de galhos secos se levantavam contra o ceu alaranjado.
Ao chegar em Milano, os votos de boas vindas ficaram por conta de um delicioso spaghetti com frutos do mar, que, alem do leve sabor de maresia, trouxeram um gostinho de saudade dos almoços em familia. Calma, dona Nilze, so mais 21 dias.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
"I gotta find peace of mind"
Paris é uma cidade cativante, sem duvidas. Tudo o que dizem é verdade. Alias, é até pouco. No ultimo dia ali, passamos pela simbolica Praça da Bastilha, pela simétrica Place des Vosges e pelas sinistras catacumbas, esta proporcionando um tipo de passeio que nao é pra qualquer um.
Em Paris convivem a moda, a historia, a ostentaçao, a cultura, a luxuria. O tempo passado na Cidade Luz foi muito agitado, sempre pegando muito metro, correndo de um lado pro outro. Muitas coisas para ver, outras tantas para sentir. Confesso que ja estava me sentindo um pouco sufocado e Edgar, meu alter-ego de 60 anos, ja estava pedindo um break.
Foi ai que tomamos nosso rumo na direçao de Marseille, localizada no litoral sul da França, parte da regiao chamada de Provence. Uma viagem bem tranquila de TGV, Train de Grande Vitesse, cerca de 3 horas. Marseille era exatamente o que eu estava precisando: sol e cheiro de maresia. Edgar ficou particularmente satisfeito ontem a noite, quando lhe proporcionei uma volta cedo ao hostel para uma conversa bacana com pessoas das mais diversas, tudo regado a muito vinho, pistache e castanha de caju.
Marseille é sem duvida uma cidade para ser apreciada em uma época mais quente do ano, mas também proporciona aconchego e passeios interessantes no inverno. Ontem fomos logo visitar Notre Dame de la Garde, catedral localizada num ponto alto da cidade e que propociona uma vista maravilhosa da cidade banhada pelo Mediterraneo.
Levados pelo forte e frio vento, caminhamos pelo bairro antigo, passando por sobradinhos precarios, que exibiam roupas penduradas para o lado de fora das janelas, constratando com imponentes predios, como a Vieille Charité, construida para abrigar sem-tetos e refugiados, e a Cathédrale de la Major.
Hoje fizemos mais uma tentativa frustada de ir até o Chateau D' If, inacessivel devido ao mar agitado. Confesso que meu desapontamento foi grande e vi meu sentimento expresso na face decepcionada de um pequeno italiano que acabara de receber a noticia. Para chegar o mais proximo que podia da prisao mencionada no classico de Alexandre Dumas, o jeito foi pegar um passeio até o arquipelago de Frioul, passando em frente ao cativeiro de Edmond Dantes.
Nas ilhas, apesar do vento, o contato com o Sol e o mar azul renovaram meu animo depois da agitaçao de Paris. Embalado por Lauryn Hill, percorri diversos caminhos que levavam a lugar algum, simplesmente absorto em pensamentos. Ali, vendo Deus se revelar atraves do que criou, senti Seu amor me envolver e trazer renovo enquanto escutava a rapper derramando lagrimas ao cantar "what a mercifull, wonderfull Lord..." (http://www.youtube.com/watch?v=brWmS8As9Wk). Lembrei do amor e da misericordia de Deus e como isso faz diferença na minha vida. Pedi a Ele que me de novamente a chance de recomeçar e de viver de forma sincera e amorosa.
A noite, chegamos em Nice, que esta para ser descoberta amanha. O cansaço é grande, os dias sao ocupados e as noites insuficientes para renovar as energias. Mas ai me lembro: "O nosso ir faz o caminho".
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Ponto alto
No primeiro dia do ano, comecei realizando um grande sonho: conhecer de perto a Torre Eiffel. Acordamos cedo, ainda mareados pelo dia anterior e tomamos nosso rumo.
A cada passo que davamos, cada trilho percorrido pelo metro, eu lembrava de tudo o que me fez chegar ate aqui: a dedicacao incondicional da minha mae, o amor exacerbado dos meus avos, os conselhos do meu pai. Pensei em como tudo isso era inatingivel para a maioria dos meus queridos e como tive que ralar para conquistar uma viagem como essa. Ao chegar debaixo da Torre, a emocao era uma mistura de alegria, orgulho e gratidao.
Subir ate o ultimo nivel? Mas e logico! Nao faze-lo seria um crime contra mim mesmo e contra eles. La de cima, tivemos uma vista panoramica de Paris, principalmente da Champ de Mars. O frio era cortante, mas Deus enchia o meu coracao de uma emocao que aquecia dos pes ao ultimo fio de cabelo.
Visitamos uma pequena feirinha que acontecia no Jardins du Trocadero, com direito a muitas fotos tendo a Tour Effeil como fundo. Apos comer uma tradicional baguete francesa, partimos para o Jardin de Lexembourg. Ali, um belissimo palacio e arvores se renovando.
Hoje levantamos junto com o Sol parisiense e rumamos na direcao do Musee National du Moyen Age, onde tivemos acesso a uma larga e rara colecao de objetos da Idade das Trevas, como livros, vitrais e esculturas. A tematica religiosa e quase uma regra.
Foi entao a hora de caminhar pela Champs-Elysees na direcao do Arco do Triunfo. No caminho, uma reproducao da chama da Estatua da Liberdade, em cima do tunel onde houve a tragedia que daria fim a vida da Princesa Diana.
Ao adentrarmos na famosa avenida, conhecemos um pouco da ostentacao e do dinheiro que rolam na cidade luz, atraves de muitas lojas de marcas conhecidas, rodeadas de madames carregando bolsas e vagabundos implorando por um trocado. Nao nego que passando pelas vitrines da vontade de comprar tudo, mas meu orcamento limitado so me permitiu uma mochila da Adidas e um fone de ouvido maneirasso na loja da Sony.
Ao final, em homenagem aos soldados mortos em batalhas e as vitorias na Nacao Francesa, se ergue o Arco do Triunfo. De perto, da pra ver o nome de muitos comandantes de tropas e placas homenageando o "Soldado Desconhecido". Este, alias, ainda rende uma labareda bem em frente ao Arco, que nunca de apaga. Ao chegarmos no topo, fomos recebidos por uma chuvinha chata, que logo passou e deu seu lugar a um Sol bem timido. A visao dali de cima e privilegiada, principalmente por render muitas fotos em frente a Torre Eiffel.
Para coroar o segundo dia de 2012, fizemos uma promenade pelo Rio Sena de Bateaux-Mouches, que nos permite comtemplar varios pontos turisticos iluminados, lembrando que estamos na Cidade Luz. A Catedral de Notre Dame e a Torre Eiffel sao especialmente bonitas a noite, mas tambem nao devem deixar de ser visitadas de dia.
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