Depois de ser surpreendido por Portugal, chegou a vez da Itália cair nas minhas graças. Chegando ao meio da viagem, o desgaste vai batendo e acabei descobrindo que a saudade, definitivamente, não eh pros fracos. Não sei se as conversas via skype a aliviam ou fazem apertar ainda mais. Por tudo isso, chegar aqui por essas bandas deu um novo fôlego e um novo animo, de perceber que vale a pena segurar a onda e se deixar levar pela terra das pizzas e das Vespas.
No dia 11 estávamos em Florença, ou Firenze, como dizem por aqui, uma das cidades que eu mais queria conhecer, por já ter visto em filmes e fotos da bela região da Toscana. Bem num ritmo italiano, tomamos café da manha numa padaria que mereceu ate biz no dia seguinte e depois fomos para a Galleria dell'Academia. Confesso que depois de tantos museus, a coisa vai ficando cansativa pra quem eh apenas um leigo interessado, razão pela qual me permiti passar os olhos pelas obras medievais e ir com objetividade para uma das esculturas mais famosas do mundo: David, de Michelangelo.
A escultura faz jus a fama que tem, tanto pelo tamanho, quanto pela riqueza de detalhes que possui. Olhando bem, da pra ver cada veia nos braços e nas mãos. Michelangelo retratou o momento posterior a vitoria de Davi sobre o gigante Golias querendo enfatizar a serenidade do futuro rei de Israel derivando de sua confiança e fe em Deus. Reparando no olhar do personagem, que se perde no horizonte, pude sentir aquilo que tanto valorizo e quero buscar pra minha vida: "a paz de estar em par com Deus".
Depois fomos ver a Catedral Duomo, que causa admiração pelo tamanho, ate onde eu sei, a 4a maior igreja do mundo. Dali partimos para ver a Ponte Vecchio, a única dentre as de Firenze que sobreviveu aos bombardeios da II Guerra Mundial. Simples em sua arquitetura, contrasta com as lojas que se estendem ao seu longo, a maioria vendendo valiosas jóias.
Com o caminho pontuado por carros com o capo congelado como uma chapa de freezer, chegamos a Piazzale Michelangelo, onde muitos pássaros escondidos nas copas das arvores davam boas-vindas ao visitante. O parque, uma homenagem ao artista da qual levou o nome, tem uma replica a céu aberto de David e propicia uma vista panorâmica da cidade que enche os olhos de simples casinhas coloridas, suntuosas igrejas e castelos, alem, claro, do Rio Arno que desliga suavemente lá embaixo. Descendo, passamos no Palazzo Vecchio, em torno do qual se estende uma galeria a céu aberto de esculturas.
O dia terminou com um rolezinho jovem pelas ruazinhas de estilo antigo, quase um paradoxo com as lojas baladas que por elas se exibem, algumas recebendo os tipos mais exóticos.
Ontem nos deixamos dormir ate dar quase a hora do check-out no hostel, saindo para pegar o trem pra Pisa. A viagem foi rápida e tranqüila, assim como a cidade de destino. Pisa eh uma das cidades mais tranqüilas que estive ate agora, quase pacata. Passaria despercebida se não fosse pela famosa torre inclinada.
Fomos logo ate a catedral onde esta o único ponto turístico famoso do lugar, onde havia um gramado verdejante aquecido pelo Sol. O campanário, mais conhecido como Torre de Pisa, proporciona uma sensação diferente de tudo para quem sobe seus degraus que, alem de subirem em círculos, pendem ora para um lado, ora pro outro, resultado, claro, da inclinação do chão. Muito doido. A vista lá do alto agrada os olhos e o coração.
Depois de almoçar, passamos o começo de tarde nas ruas de Pisa a caminho da estação de trem, pegando um trem pra Roma no fim do dia, despedidos por um serelepe casal de Hare Krishnas que cantavam alegremente e tocavam tambor e pandeiro em frente a estação.
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